As relações de trabalho mudaram – e devem mudar cada vez mais com os avanços tecnológicos. Da invenção dos computadores ao trabalho em home office, muito já foi feito: profissões deixaram de existir, outras (muitas) foram criadas em meio ao conflito de gerações e à robotização.
Nesse cenário, uma pergunta surge: afinal, o que é necessário desenvolver para se tornar um profissional capaz de sobreviver a essa nova era?
Veja abaixo as dicas da Soluparts e entenda o caminho trilhado até aqui para pensar em estratégias futuras.
Como profissionais de compras podem se adaptar a esse novo cenário
Uma pesquisa realizada em 2018 pela ManpowerGroup com 18 mil gestores mostrou que 90% deles disseram que sua rotina de trabalho seria impactada pela tecnologia em, no máximo, dois anos. O resultado enfatiza a importância de um tema cada vez mais debatido dentro das organizações: a inovação constante.
Esse atributo tão desejado depende de dois fatores essenciais: cultura organizacional e investimento em tecnologia. Empresas abordam cada vez mais os investimentos em inteligência artificial, big data e analytics, mas é fundamental lembrar que um ecossistema saudável une essas ferramentas a equipes altamente treinadas e capazes de trabalhar em sinergia.
E isso depende de equipes multidisciplinares, cada vez mais dispostas a cooperarem e com afinidade constante com as mais recentes inovações. De forma geral, essas equipes devem ser formadas por profissionais com algumas competências específicas da nova era.
Antes de entender quais são alguns dos principais atributos necessários para a mudança na era digital, é necessário entender primeiro qual é o significado de competência.
O que são competências?
Segundo a definição de Lino de Macedo, “competência é uma habilidade de ordem geral, enquanto habilidade é uma competência de ordem específica.” Ficou confuso? Vamos exemplificar os três pilares essenciais da competência:
Conhecimento
Está ligado a “saber o que fazer”, ter a ideia ou noção de como realizar uma determinada tarefa. Para profissionais de compras, estaria ligado a conhecer o conceito de cadeias de suprimentos a logística e qual papel a área desempenha nesse contexto.
Habilidade
Podem ser traduzidas em “saber como fazer”. Trazem o conhecimento para um papel prático, diário, de entendimento mais a fundo do que determinado assunto aborda. Trata-se de entender o que é necessário para desempenhar cada papel dentro da cadeia de suprimentos, adquirindo as hard skills necessárias para o trabalho diário.
Atitude
É a vontade de direcionar o foco para um determinado ponto, ou seja, onde se quer chegar. O desejo por entender mais sobre o setor de compras para trabalhar nele e construir uma carreira dentro desse segmento, por exemplo.
Portanto, a intersecção entre esses três pilares constitui o conceito de competência: a união entre saber o que fazer, como fazer e empreender os esforços necessários para realizá-los. É, basicamente, a junção entre a disposição com um objetivo claro com a vontade de construir caminhos para que este objetivo seja realizado.
Competências necessárias para a era digital
1. Adaptabilidade
De acordo com um relatório da McKinsey, 62% dos executivos acreditam que precisarão retreinar ou substituir um quarto de sua força de trabalho até 2023. Nesse cenário, além de adquirir conhecimento prático e multidisciplinar, é necessário se perguntar quais tarefas realizadas por humanos não poderão ser feitas por robôs.
Por isso, líderes do futuro estão cada vez mais focados em soft skills e inteligência emocional. Para conseguir absorver e aplicar novos conhecimentos em novos contextos é necessário conseguir se adaptar e se reinventar e pessoas com soft skills e quociente emocional mais desenvolvido terão mais sucesso nessa empreitada.
Apesar de uma convivência híbrida entre pessoas e robôs ser cada vez mais presente, especialmente na cadeia de suprimentos, pessoas bem preparadas ainda serão as responsáveis por tomar decisões estratégicas dentro de qualquer companhia.
2. Visão multidisciplinar
Em um mundo cada vez mais volátil e plural, saber lidar com pessoas diferentes e ter um entendimento cada vez mais multidisciplinar e global de cada situação serão habilidades cada vez mais exigidas de profissionais e equipes do futuro.
Cada vez mais, profissionais da nova era terão de ter conhecimento transversal entre diferentes áreas. Nesse sentido, adquirir conhecimentos financeiros, por exemplo, também será um diferencial no futuro de qualquer profissional. À medida em que quem trabalha na área financeira vai lidar com desafios impostos pela robotização em igual medida.
De acordo com a KPMG, essa será uma das competências mais demandadas pelo setor nos próximos anos e, para fomentá-la, cada vez mais pessoas devem interagir com seus pares internamente, além de lidar com fornecedores e outros interessados no desenvolvimento do setor. A combinação de tudo isso deve trazer efeitos positivos ao longo do tempo.
Aqui, a conectividade e a inovação também exercem papéis essenciais, uma vez que profissionais bem preparados e capazes de enxergar o potencial que a própria área pode atingir ao longo do tempo serão cada vez mais valorizados.
Dessa forma, poderão prevenir riscos e fornecer insights relevantes para as lideranças do setor de forma ainda mais apurada e eficaz – alguns dos principais objetivos da supply chain para o futuro.
3. Explore seu senso de inovação
Fazer a compra de materiais indiretos não é tarefa fácil. É necessário ter atenção constante à origem das peças, sua disponibilidade e seu potencial uso em meio a um cenário de avaliação de riscos constante.
Mesmo em um espaço que exige tanta atenção, é possível inovar – revisitar processos, contar com novos parceiros, etc. Nesse cenário, proatividade e capacidade de se adaptar a diferentes situações também serão algumas das habilidades exigidas dos profissionais do futuro.
A metodologia ágil, sem dúvida, está incluída nesse pilar. Para saber mais sobre ela, acesse nosso artigo sobre o assunto.
4. Desenvolva conhecimento avançado em TI
Já se foi o tempo em que profissionais de compras podiam se apoiar no conhecimento de outros para realizarem tarefas digitais. Hoje, espera-se que esses profissionais saibam tudo sobre módulos de ERP, entre outros softwares, e entendam as aplicações da inteligência de negócios dentro da própria empresa. Dessa forma, será possível discutir melhor as tarefas com outras áreas, evitar erros e demora na resolução de problemas ou para gerar relatórios.
Além disso, saber migrar entre vários programas de computador, equipamento, canais e tecnologias torna-se fundamental e saber extrair deles os seus benefícios que otimizem e tragam mais qualidade ao seu trabalho.
Conclusão
Para Himanshu Palsule, presidente da Epicor, líder global no fornecimento de software flexível e específico para a indústria, projetado para seus clientes, a inovação sempre criou novos mercados e novas oportunidades, e permitiu que as empresas crescessem. Esse cenário não será diferente para profissionais do futuro, que devem usar a evolução da gestão da cadeia de suprimentos em benefício próprio.
Com as ferramentas certas e o aprendizado contínuo, buscado pelos próprios colaboradores – sem necessariamente depender de treinamentos ou programas de talentos das empresas – elas poderão se beneficiar do avanço da tecnologia para tomarem decisões cada vez mais estratégicas.
Para continuar desenvolvendo sua carreira e acompanhar as últimas tendências do mercado, continue acompanhando o blog da Soluparts.