Conheça as principais tendências que permitirão ao departamento de compras atuar de modo mais estratégico, gerando maior vantagem competitiva às organizações.

Departamento de Compras 4.0: desafios e tendências

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Conhecer os desafios e as tendências de mercado é essencial para que o departamento de compras não corra o risco de se tornar obsoleto, perdendo valor dentro da estrutura organizacional.

Neste post vamos abordar esses dois aspectos, essenciais para o setor estar em consonância com as grandes transformações do mercado, decorrentes da Indústria 4.0, atuando de modo estratégico e gerando maior vantagem competitiva para a empresa.

Também enfocaremos o papel da equipe de compras nesse processo, bem como as tecnologias que já estão sendo utilizadas para tornar o setor e a cadeia de suprimentos mais eficazes.

 

A era da Transformação Pós-Digital

Desde a expansão da computação e do surgimento da Internet, temos experimentado uma verdadeira revolução na vida pessoal e dentro das organizações.

A adoção de tecnologia tornou-se essencial para empresas de todos os portes e segmentos, mudando a forma como operam. Segundo o IDC (Internacional Data Corporation), as empresas têm investido cada vez mais em recursos tecnológicos – claro que cada uma delas encontra-se em um patamar diferente, em função da capacidade de investimento e do entendimento do tema por parte dos seus gestores -, tendo fechado o ano de 2019 com um investimento de US$ 1,25 trilhão em transformação digital.

Mas só investir em tecnologia não basta. Segundo especialistas, chegamos à era da Transformação Pós-Digital, também conhecida como a segunda onda da Indústria 4.0.

Nessa fase, máquinas e seres humanos conectados por avançadas tecnologias como Comunicação 6 G e Automação Inteligente têm a chance de tornar os sistemas de produção ainda mais ágeis e eficientes.

Ou seja, exigirá dos gestores mais do que a implementação de soluções tecnológicas. Será preciso uma equipe capacitada para lidar com todos esses recursos, planejando a sua aquisição e transformando-os em diferenciais competitivos para o departamento de compras e para a própria companhia.

 

Desafios de Compras na Indústria 4.0

O relatório, 2019 Principais questões de compras, da The Hackett Group, afirma que a transformação digital é uma meta crítica para grande parte dos departamentos de compras. Isso porque, dos profissionais de compras entrevistados, 90% acreditam que a Indústria 4.0 mudará muito a forma de trabalho da área – mas ainda há muito a ser feito para que essa mudança chegue ao setor e gere as vantagens desejadas.

Continuando as informações do estudo, a distância entre as empresas que já adotaram a transformação digital em seus processos de compras e aquelas que ainda não o fizeram aumentará cada vez mais.

Em função disso – e porque os gestores perceberão, cada vez mais, a necessidade e o potencial da transformação digital para a eficiência do trabalho na área -, até 2021, é previsto um aumento na adoção de novas tecnologias no departamento de compras.

Algumas delas, aliás, já estão sendo direcionadas para a cadeia de suprimentos, ajudando no planejamento e controle do processo de compras e resultando em benefícios como maior eficiência, menores custos e melhoria nos serviços.

Fazendo uso de elementos modernos como RFID (Rádio Frequency Identification), robôs e integração de processos, muitos são os benefícios de uma cadeia de suprimentos inteligente, que pode ser implantada em qualquer empresa.

Mesmo assim, para a Accenture a tecnologia ainda é negligenciada ou está defasada no setor de compras. A consultoria acredita que, no momento em que a transformação digital ocorrer de forma estruturada no departamento de compras, ocorrerá uma evolução nos processos que já são automatizados – ou parcialmente automatizados.

Isso porque não basta ter tecnologias, mas integrá-las em uma estratégia mais abrangente. Ao conseguir reunir informações e processá-las – adotando ferramentas como analytics, inteligência artificial – o departamento de compras melhorará ainda mais seu desempenho.

 

O Gestor de Compras em épocas de Indústria 4.0

Segundo a consultoria de recrutamento Michael Page, em 2019 a função de gestor de compras foi um dos cargos mais procurados em posições de média e alta gerência nas empresas brasileiras, demonstrando o papel cada vez mais estratégico desse profissional.

Em linhas gerais, as companhias buscam pessoas que, entre outros conhecimentos, dominem a tecnologia e a utilizem para automatizar processos, minimizar erros e, como consequência, reduzir custos e melhorar a produtividade.

Portanto, profissionais de compras precisam ter bons conhecimentos das soluções disponíveis no mercado, usando-as para obter melhores resultados para as empresas, se desejarem ser vistos de forma diferenciada.

Seguindo essa linha, o estudo da The Hackett Group também investigou o papel dos executivos de compras, concluindo que os gestores com capacidade para analisar os dados oferecidos pelas ferramentas tecnológicas, usando-os para tomadas de decisões mais assertivas e para a redução de custos, terão assento à mesa de estratégia das empresas.

Conclui, ainda, que o impacto das análises avançadas no departamento de compras deve triplicar até 2021, passando de 20% para 60% e fazendo com que o profissional que possui essa capacidade ganhe destaque – e os que ainda não a tem, se preparem para adquiri-la.

Os próprios gestores de compras concordam com esses dados, já que 4 em cada 5 executivos da área apontaram o domínio de capacidade analítica e de relatórios funcionais como extremamente importantes para o desenvolvimento de suas tarefas.

Esse aumento é totalmente justificado, haja vista que pesquisas anteriores da HG também detectaram que organizações orientadas por análises têm o dobro de chances de melhorarem seu desempenho financeiro e cinco vezes mais chances de tomar decisões rápidas e positivas.

Assim, a capacidade analítica e, também, a análise crítica e a criatividade tornaram-se características imprescindíveis para os profissionais de Compras 4.0. A boa notícia é que essas habilidades essenciais do gestor de compras na indústria 4.0 podem ser desenvolvidas – ou aprimoradas -, seguindo as dicas de nossos especialistas.

E contar com esses diferenciais é urgente. Para a The Hackett Group haverá um aumento para 73% no uso de análises de gastos no setor, bem como de 16% para 35% no uso de Inteligência Artificial e Internet das Coisas (IoT).

Como por exemplo, dispositivos conectados à IoT para acompanhar as entregas e ajudar as equipes a avaliar o desempenho de cada fornecedor – além da IoT, outras tecnologias já estão mudando o comércio global, merecendo ser conhecidas pelo profissional que deseja se manter antenado com as transformações digitais.

O Gestor de Compras em épocas de Indústria 4.0

 

Conheça 8 tendências do Departamento de Compras 4.0

Pesquisamos as principais publicações – como Gartner, The Hackett Group, Levvel Research e ProcuramentIQ – para elaborar a lista com as principais tendências para o departamento de compras nos próximos anos. E o resultado você confere a seguir!

1. O Departamento de Compras gerando valor

Uma das mais conceituadas empresas de consultorias do mundo, a Gartner, elaborou um documento técnico intitulado Compras 2020: seu plano de ação para se preparar agora, que indica uma reformulação no departamento de compras.

O documento mostra que, até o momento, o setor tem buscado, principalmente, a redução de custos e a diminuição de riscos. Porém, com o uso de tecnologias avançadas em compras, uma inevitável mudança ocorrerá, possibilitando a obtenção de informações sobre o mercado de suprimentos, o comportamento de compras da organização e o desempenho do fornecedor.

Com esses insights será possível alavancar a percepção em relação a gastos, mercado e fornecedores, identificando novas formas de gerar valor e colocando o departamento de compras em um patamar muito mais estratégico dentro das empresas.

2. Surgem os consultores em compras

O papel dos gestores de compras mudará do “simples controle de gastos para a execução estratégica das funções de compras que apoiam as decisões financeiras e operacionais da empresa, protegem seus resultados e atenuam o risco da vantagem competitiva da empresa”, afirma o relatório da Levvel Resarch.

No lugar de compradores, surgirão consultores com muito mais conhecimento, levando a uma transição dentro do setor, que passará a funcionar como um centro de excelência, apto a tomar as decisões mais acertadas para toda a companhia.

3. Escassez de talentos no setor

Especialistas do ProcurementIQ, empresa que atua nos Estados Unidos e Canadá oferecendo informações sobre a área de compras, acreditam que uma grande tendência para os próximos anos será a dificuldade em encontrar talentos para atuar em um departamento de compras mais moderno, em função da incorporação de novas tecnologias.

Além da mudança de perfil, que exige consultores de compras mais engenhosos, criativos e com conhecimento tecnológico, um outro fator que torna difícil atrair profissionais qualificados para atuar no departamento de compras 4.0 é a falsa percepção de que carreiras em compras são desinteressantes e que a função combina mais com pessoas experientes e maduras.

Nesse cenário, o setor corre o risco de contar com pessoal com qualificação inferior à ideal, aumentando a carga horária necessária para execução do trabalho e gerando mais custos para a empresa.

Uma das soluções para driblar essa lacuna significativa de talentos por escassez de candidatos qualificados é o investimento em programas de desenvolvimento internos que, atualmente, é muito tímido.

O ProcurementIQ destaca que 75% das organizações gastaram menos de 2% em programas de treinamento no ano de 2019 e que as empresas precisarão investir para captar e treinar profissionais, mas sem esquecer de reter os talentos que já fazem parte do time, criando ambiente onde possam se sentir estimulados a colaborar e a crescer, oferecendo benefícios que sejam de interesse desse perfil.

Nesse sentido, vale a pena destacar duas tendências em alta, ambas voltadas à capacitação profissional. São elas:

  • Upskilling: capacidade de adquirir competências novas para o colaborador manter-se atualizado em sua  função, já que mudanças exigem novas habilidades;
  • Reskilling: trata-se da requalificação ou a conquista de conhecimentos novos, permitindo ao colaborador desenvolver atividades diferentes daquela a que estava acostumado a desempenhar.

Os dois processos agregam capacitação, aprimorando o desempenho dos colaboradores, elevando o nível de qualidade do trabalho e diminuindo o tempo para realização das tarefas – e, claro, evita a estagnação profissional.

Por fim, outro ponto importante – e que merece ser reforçado – é que profissionais com habilidades analíticas exigem uma remuneração maior. Mas, claro, trata-se de um investimento muito positivo para a empresa.

4. Necessidade de maior proteção digital

Um dos maiores riscos para o setor de compras nos anos que estão por vir, segundo o ProcurementIQ, é o cibercrime, que deverá gerar prejuízos de mais de US $ 5 trilhões em todo o mundo, somente em 2020. E, infelizmente, o departamento de compras não está imune a esse problema.

Quanto mais soluções digitais forem incorporadas ao setor, maiores os riscos de vulnerabilidades e ataques, exigindo esforço para manter as informações em segurança.

Nesse sentido, o recomendado é seguir os protocolos de cibersegurança da organização, treinando e conscientizando toda a equipe sobre a necessidade do cumprimento das normas.

Outro ponto importante é ter cuidado com recursos de proteção de fornecedores, uma vez que grande parte dos ataques digitais em empresas foram resultado de proteção inadequada em ambientes de terceiros, incluindo fornecedores.

5. Melhor gerenciamento de contratos

Os contratos fechados pelo departamento de compras são documentos importantes, mas de modo geral, após a assinatura, são arquivados e esquecidos.

A empresa internacional de marketing, Aberdeen Group, perguntou aos gerentes de compra de que modo gerenciavam os contratos da empresa e as respostas foram surpreendentes. Dois terços declararam não saber mais onde estavam os documentos, muito menos gerenciá-los.

Um dos motivos para esse processo desorganizado de gerenciamento de contratos é que 81% das organizações não usam nenhuma ferramenta para essa tarefa. Como resultado enfrentam problemas como falta de consistência entre contratos (53%) ou descontinuidade da cadeia de suprimentos (36%).

Diante disso, a tendência é que as empresas movam seu processo e gerenciamento de contratos para cloud computing. Criados, armazenados e mantidos em um repositório centralizado de dados, as organizações podem gerenciar esses documentos, mitigando riscos e reduzindo custos.

A automação do gerenciamento de contratos dará às organizações facilidades diversas, entre elas:

  • Todos os documentos estarão em um banco de dados em nuvem, podendo ser acessados de qualquer lugar pelos usuários autorizados – até mesmo através de um smartphone;
  • Notificações automatizadas, acionando alertas para destacar datas de renovações e chances de renegociação;
  • Monitoramento do desempenho do fornecedor, acompanhamento do tempo de entrega, flutuações de preços, se estão sendo cumpridos os termos acordados, etc.

Conheça 8 tendências do Departamento de Compras 4.0

6. Responsabilidade ambiental e social em alta

Cada vez mais, grandes empresas estão optando por parceiros que levem a sério os cuidados com a natureza e a responsabilidade social.

E os consumidores estão adotando o mesmo critério, deixando de comprar de organizações que não mostrem essa mesma consideração pelos dois temas ou que tenham em sua lista de fornecedores empresas que agridem o meio ambiente ou, por exemplo, explorem algum grupo para ter acesso a mão de obra muito barata.

Desta forma, uma das tendências do departamento de compras é certificar-se de que toda sua rede de parceiros é composta por organizações idôneas e compromissadas com o meio ambiente e com a construção de uma sociedade mais justa.

Em nosso blog temos alguns artigos sobre este importante assunto. Dê uma olhada:

As vantagens da compra sustentável e como implementar este conceito

Como aplicar o conceito de economia circular na cadeia de abastecimento

Como tornar a cadeia de suprimentos mais ética

 

7. Mudança no relacionamento com fornecedores

O comércio internacional está em ritmo de desaceleração e um dos motivos é que a evolução tecnológica nivelou produtos e serviços, facilitando ao consumidor encontrar o que precisa em um local próximo à sua localização – sugerimos a leitura do artigo Como a Slowbalisation afeta a cadeia de suprimentos para saber mais sobre o tema.

Contudo, mesmo com essa mudança significativa, a garantia e a confiabilidade do fornecimento continuam sendo uma das premissas básicas para o bom desempenho do departamento de compras. Para haver maior segurança na aquisição, fortalecer o relacionamento com fornecedores é uma tendência cada vez mais forte.

Criar canais de comunicação consistentes, aumentar a transparência nas transações. Em troca, espera-se obter os melhores preços e prazos de entrega.

8. Maior transparência no departamento de compras

A tendência de compras número 8 diz respeito a ter o máximo possível de transparência no processo de compras.

E isso pode ser conseguido obedecendo-se as seguintes etapas:

  • Definir e implementar políticas para o setor;
  • Monitorar e documentar cada fase do processo de compras;
  • Gerenciar uma lista de fornecedores aprovados ou contratar uma Trading Company;
  • Estabelecer contratos de compras, arquivando-os adequadamente para melhor gerenciá-los;
  • Realizar auditorias frequentes;
  • Usar soluções tecnológicas para tornar o processo do setor mais prático, ágil, eficaz e… transparente!

Compras 4.0: facilitando processos 

O processo de compras é complexo e apresenta pontos críticos, a saber:

  • Procedimentos de requisição ou aprovação longos ou pouco claros;
  • Imprecisão de dados que constam nos pedidos;
  • Parte dos processos ainda é manual;
  • Sistemas de compras não são integrados;
  • Tecnologia ultrapassada ou inadequada.

Demandando habilidade para pesquisar, qualificar e gerenciar fornecedores, além de lidar com a pressão de obter a melhor negociação possível e garantir que o material chegue dentro do prazo necessário – mesmo quando o pedido é recebido no departamento de compras com pouco tempo para aquisição ou, pior, quando já há falta do material em estoque.

Para um setor mais eficiente, o Business Intelligence (BI) é uma das grandes apostas para ajudar no controle inteligente de informações. Surgido em 1958, pelas mãos do alemão Hans Peter Luhn, o BI ganhou  um novo significado em 1989, quando Howard Dresner passou a defini-lo como “um conjunto de conceitos e métodos para melhorar a tomada de decisão por meio de sistemas de análise de dados”.

Resumidamente, trata-se da coleta e interpretação de grandes volumes de dados com o objetivo de fundamentar decisões e estratégias organizacionais. Para isso, o BI utiliza soluções tecnológicas – Inteligência Artificial (AI) e Machine Learning fazem parte das opções –, para proporcionar visibilidade total da empresa.

Com essa visão 360o , o gestor consegue identificar gastos, avaliar desempenho e detectar riscos,  tomando  decisões mais assertivas e rápidas.

Dentro do setor de compras o BI pode, por exemplo, cruzar dados de um fornecedor por categoria, geografia ou sazonalidade. Pode, ainda, identificar problemas como atrasos em entrega ou qualidade dos produtos. 

Dê uma olhada em nosso artigo sobre as melhores maneiras de medir o desempenho do seu departamento.

 

Departamento de Compras: preparando-se para o futuro

A cada dia novidades são anunciadas, exigindo adaptação, mas oferecendo a possibilidade de uma nova forma de atuação. Bem mais prática, rápida e eficiente.

E já que o ritmo da transformação tecnológica não vai diminuir – ao contrário, ficará mais e mais acelerado -, os profissionais precisam estar atentos para acompanhar esse crescimento, usando-o como um elemento estratégico no desenvolvimento da área e da organização.

Devem também se preparar para compartilhar conhecimento. Desenvolver as potencialidades de toda a equipe de compras permitirá ao setor conquistar uma participação mais ampla e fundamental dentro da estrutura organizacional.

Neste artigo procuramos mostrar como o departamento de compras vem mudando e oferecer dicas que merecem ser analisadas para aumentar a visibilidade do setor – entre elas, contar com parceiros experientes, como a Soluparts.

Somos especializados na compra e entrega de materiais industriais, com escritórios no Brasil, Alemanha, Portugal, Hong Kong e Estados Unidos.

Com uma equipe experiente, podemos encontrar qualquer produto, independente da marca, que sua empresa precisa. Isso porque trabalhamos com fornecedores confiáveis ​​em todos os segmentos, permitindo a diminuição do número de fornecedores registrados e, como consequência, também diminui os riscos de se relacionar com vários fabricantes diferentes.

Para mais informações, sugerimos a leitura do artigo Benefícios de uma Trading Company para o departamento de compras. Ele mostrará como melhorar a eficiência do seu departamento de compras.

Nosso objetivo é tornar seu processo de compras muito mais prático, ágil e confiável, permitindo que você tenha tempo para as questões estratégicas que o departamento de compras exige. E como vimos, exigirá cada vez mais.

Para ter mais informações sobre nossa atuação, entre em contato conosco.

 

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