Atuar como comprador de peças de reposição em grandes indústrias requer uma atenção redobrada e um maior esforço para que a produção não seja impactada. Quando o setor de compras recebe uma demanda da área de manutenção, tem-se a opção de repor o material ou mandar aquele com defeito direto ao fornecedor ou fabricante para reparo, mas essa escolha requer que alguns pontos sejam considerados.
Quando a área de manutenção solicita uma peça, a primeira pergunta a se fazer é se ela é consumível ou não. As consumíveis são aquelas que não são substituídas ou que são finalizadas durante o processo. Já as sobressalentes são aquelas que são substituídas e não desaparecem da máquina durante o processo. Elas têm um registro mestre de material. No caso de componentes consumíveis, é preciso fazer a solicitação de aquisição, já as de reposição você pode optar por solicitar reparo ao fornecedor.
Nos últimos anos, mais empresas passaram a optar por consertar peças ao invés de substituí-las. Entretanto, para decidir se ela será reparada ou não, uma série de variáveis devem ser avaliadas e alguns cálculos feitos, para saber qual opção é mais vantajosa para a empresa naquele momento em termos de tempo de entrega, custos, etc. Neste texto, levantamos alguns pontos que devem fazer parte dessa análise.
Checar o tempo de garantia da peça
O primeiro ponto a ser verificado é se o material está dentro da garantia, em caso afirmativo pode ser que você consiga uma substituição gratuita dependendo do acordo fechado no momento da compra.
Caso a troca seja uma opção, é necessário analisar sua viabilidade que inclui pontos como tempo e custos de logística de envio e entrega, por exemplo. Em alguns casos, o fabricante busca o material defeituoso e entrega um novo sem custo, em outros casos, pode ser necessário arcar com algum custo de frete. Busque entender o que não está coberto nesta garantia, algumas partes ou componentes podem não estar incluídas.
Vale a pena reparar ou comprar outra
Quando uma peça precisa ser substituída e está fora da garantia, surge a dúvida se vale realmente a pena repará-la ou se é melhor comprar outra. Para isso, é importante fazer a análise de viabilidade que deve conter variáveis como a vida útil da nova peça.
Faça o orçamento do reparo e multiplique pelo número de anos que uma nova duraria. Se o valor do reparo for maior do que o preço do produto novo, vale a pena repor ao invés de consertar. Algumas empresas consideram que caso o valor da manutenção seja 60% do valor de uma nova, a aquisição deve ser feita.
O Custo do Ciclo de Vida (CCV) ou Life Cycle Cost (LCC), conta com vários custos associados ao ciclo de vida de um equipamento, sendo eles os custos de aquisição e os custos de sustentação. Ao adquirir o material, inevitavelmente, haverá custos em função de suas atividades de compra, operação e manutenção.
Logística da entrega da peça
Para o conserto a peça precisará ser enviada para a fábrica e devem ser considerados e calculados todos os gastos envolvidos na análise do custo-benefício. Compare a logística da entrega da peça nova versus daquela a ser reparada. Avalie com o fornecedor se ela precisará ser importada, o tempo para entrega e o valor do frete.
Como já abordado no blog, há inúmeros motivos para importar um material indireto em comparação a adquirir localmente, entre eles uma melhor qualidade do produto: você pode adquirir um material indireto produzido a partir de tecnologias e processos mais avançados. Há ainda condições mais vantajosas que devem ser consideradas no processo de importação e na maioria dos casos, o custo da peça é bem inferior em comparação ao mercado local.
Bom relacionamento com fornecedores
Na hora de tomar uma decisão para providenciar uma peça nova ou reparo da atual, é essencial contar com o bom relacionamento construído com seus fornecedores, eles que ajudarão a repor algo de maneira mais ágil e sem dores de cabeça.
Antes de fechar um contrato, é importante discutir e até incluir cláusulas sobre garantia, trocas e reparos, para que, caso o material apresente defeitos ou o conserto seja necessário, seja resolvido da melhor maneira possível.
Entenda as necessidades da equipe de manutenção
É preciso entender todas as necessidades desse setor e para isso é importante conhecer bem os três tipos distintos de manutenção: preventiva, corretiva e preditiva. Para os três tipos de serviço, a equipe de compras será acionada, para garantir que a manutenção seja eficaz e ocorra no menor espaço de tempo possível entender as prioridades de cada demanda é fundamental. A sinergia entre as áreas ajudará a entender quando é viável apenas reparar uma peça ou quando uma nova é necessária.
Compete ao comprador acompanhar a vida útil estimada dos equipamentos e componentes, bem como manter contato constante com os operadores para verificar se as formas de uso recomendadas pelos fornecedores estão sendo seguidas. Isso é crítico em uma abordagem preventiva, pois permite prever com mais assertividade o momento ideal para uma intervenção da equipe de manutenção.
Conclusão
A missão do comprador é encontrar a peça e tê-la na planta em tempo hábil a fim de reduzir o risco de interrupções prolongadas na operação. Cabe a ele também trabalhar junto com outros setores para acelerar a manutenção do maquinário.
Neste artigo, discutimos alguns pontos que devem ser verificados para decidir se é mais vantajoso para a empresa reparar determinada peça ou comprar uma nova. Em cada caso é necessário uma análise cuidadosa de vários fatores (custos e lead time, por exemplo) incluindo os riscos envolvidos em cada alternativa. Manter uma gestão de estoque eficiente é essencial para essa avaliação. O número de materiais em estoque pode ser um fator essencial para sua tomada de decisão.
Um bom relacionamento com fornecedores de qualidade é um ponto chave na reposição ou reparo de peças. Uma entrega atrasada pode prejudicar dias de produção, gerando prejuízos desnecessários.
Uma boa opção é contar com uma empresa como a Soluparts, especializada em negociar com os principais fornecedores do mundo, obtendo melhores condições comerciais na aquisição de materiais indiretos.
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